Uma movimentação inesperada está sacudindo os bastidores da política brasileira: o deputado federal mais votado do Brasil em 2022, Nicolas Ferreira (PL-MG), pode disputar as eleições de 2026 por São Paulo, segundo informações da Folha de S. Paulo. A possibilidade foi levantada por dirigentes do PL e comentada por ministros do STF sob anonimato, além de ter sido repercutida por veículos como Revista Oeste.
A ideia do PL seria suprir a ausência de três grandes puxadores de voto no estado: Eduardo Bolsonaro, que planeja disputar o Senado; Carla Zambelli, envolvida em processos no STF e com chance de inelegibilidade; e Ricardo Salles, que deixou o partido após disputas internas. Diante desse vácuo, a cúpula do partido avalia que Nicolas, com sua popularidade nacional, poderia não apenas garantir sua vaga, mas também ajudar a eleger uma bancada robusta em São Paulo — o maior colégio eleitoral do país, com 70 cadeiras na Câmara dos Deputados.
Em 2022, Nicolas foi eleito por Minas Gerais com 1,47 milhão de votos, a maior votação do Brasil. A avaliação de nomes como Valdemar Costa Neto, presidente do PL, é que em São Paulo o jovem parlamentar poderia ultrapassar 2 milhões de votos, potencialmente arrastando diversos colegas de partido para o Congresso.
Apesar disso, a proposta não vem sem controvérsias. Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país, com 53 cadeiras na Câmara, e tem sido a base eleitoral sólida de Nicolas. O deputado é amplamente identificado com os mineiros e tem reiterado seu compromisso com o estado. “Meu coração, minha missão e meu compromisso permanecem firmes com Minas Gerais”, declarou recentemente.
Além da questão identitária, há também riscos jurídicos. O caso do senador Sergio Moro — que teve problemas com o TRE ao tentar transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo — serve como alerta. Embora não seja incomum políticos disputarem por outros estados (como o próprio Tarcísio de Freitas, carioca que se elegeu governador paulista), a mudança pode gerar reações negativas tanto da Justiça Eleitoral quanto de eleitores.
O líder do PL em Minas Gerais, deputado Domingos Sávio, reagiu mal à ideia, dizendo que Nicolas já tem liderança consolidada no estado e que é peça-chave para o projeto nacional do partido a partir de Minas. Segundo ele, “ninguém tem dúvida de que o futuro do Nicolas é promissor”, reforçando que o jovem político ainda tem idade limitada para cargos maiores, como o Senado ou o Executivo estadual.
Apesar das ressalvas, a possível ida de Nicolas a São Paulo divide opiniões. De um lado, há quem veja a mudança como um passo estratégico rumo à consolidação nacional e maior influência parlamentar. De outro, há quem defenda a manutenção da coerência e da base eleitoral mineira — especialmente por se tratar de um estado já bastante relevante para o cenário político.
A própria imprensa progressista parece desconfortável com a ideia. Um exemplo disso é o comentário de uma leitora da Folha de S. Paulo, que classificou a possível transferência como “a maior tragédia eleitoral do país”. Para apoiadores de Nicolas, esse tipo de reação é quase um incentivo: “se a Folha tá chorando, é porque é uma boa notícia”.
Por enquanto, o próprio Nicolas garante que permanece firme em Minas. Mas em política, tudo pode mudar — especialmente se o objetivo for fortalecer o partido nacionalmente. A decisão final deve levar em conta não apenas estratégia eleitoral, mas também princípios, coerência e o impacto da mudança na percepção dos eleitores.
E você, o que acha? Nicolas deveria ir para São Paulo disputar em 2026 ou manter sua base em Minas Gerais? Será que ele aprende a dizer "meu" e esquece o "uai"? Comente, compartilhe e acompanhe essa e outras análises políticas no nosso site, VisãoA.com.
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