A Argentina realizou no último domingo (11 de maio) mais uma rodada de eleições regionais, com resultados que reforçam o crescimento do partido do presidente Javier Milei, La Libertad Avanza. As votações ocorreram em quatro províncias — Chaco, Salta, Jujuy e San Luis — e, embora tenham natureza local, servem como termômetro para a força política das diversas correntes partidárias no país.
O destaque ficou para Milei, que obteve vitórias expressivas em Chaco e Salta, além de bom desempenho nas demais províncias, consolidando seu avanço em regiões onde antes não tinha qualquer representação. Em Chaco, uma aliança entre o partido presidencial e forças locais garantiu cerca de 45% dos votos, enquanto em Salta a Libertad Avanza liderou com 30% dos votos. Ambos os resultados foram celebrados pela Casa Rosada como um sinal claro da crescente penetração do movimento libertário no interior argentino.
Nas províncias de Jujuy e San Luis, embora Milei não tenha vencido, os resultados ainda foram positivos. Em Jujuy, a vitória foi da frente de esquerda Jujuy Crece, que não está associada ao peronismo tradicional. Já em San Luis, um grupo local venceu, com os partidos tradicionais — tanto kirchneristas quanto o setor macrista — sendo preteridos pelo eleitorado.
O desempenho do partido do presidente é ainda mais significativo quando se leva em conta que La Libertad Avanza não tinha qualquer estrutura ou representação política relevante até as eleições presidenciais de 2023. Agora, com crescimento constante em várias regiões, o partido projeta forte presença nas eleições legislativas nacionais marcadas para 26 de outubro, quando estarão em disputa 24 cadeiras no Senado e 127 na Câmara dos Deputados.
Antes disso, no próximo domingo, 18 de maio, o foco se volta para uma eleição crucial: a votação na Cidade Autônoma de Buenos Aires (CABA), considerada o bastião da política tradicional e onde o apoio ao governo Milei é historicamente mais tímido. O candidato libertário Manuel Adorni enfrentará nomes como Silvia Lospenato, ligada a Mauricio Macri, e Leandro Santoro, representante do setor kirchnerista. O desfecho desta disputa será fundamental para medir o alcance do movimento libertário em regiões urbanas mais resistentes à sua agenda.
A fragmentação dos partidos tradicionais, tanto do lado kirchnerista quanto do macrismo, foi uma das marcas desta rodada de eleições. A queda do apoio a Cristina Kirchner e seus aliados indica um esgotamento do peronismo tal como estruturado nas últimas décadas. Por outro lado, o chamado "peronismo raiz", através de partidos justicialistas independentes, ainda tenta se reerguer, mas com resultados modestos.
Ao longo de 2025, diversas outras províncias argentinas seguirão realizando suas próprias eleições regionais em datas variadas, num sistema descentralizado semelhante ao dos Estados Unidos. Entre as próximas estão Misiones, Formosa, Catamarca e Santiago del Estero, até culminar nas eleições legislativas nacionais de outubro.
Apesar das limitações naturais de eleições regionais — onde lideranças locais têm maior peso que nomes nacionais — os resultados demonstram que La Libertad Avanza vem se tornando uma força política estruturada, com base real no território argentino.
Resumo dos resultados:
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Vitórias da Liberdade Avanza: Chaco e Salta
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Segundo lugar com bom desempenho: Jujuy (com 21% dos votos)
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San Luis: vitória de candidato local; Milei em terceiro, mas com bom desempenho relativo
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Partidos tradicionais derrotados: Kirchnerismo e Macrismo em declínio
Com um cenário de rejeição crescente aos partidos tradicionais e um eleitorado ávido por renovação, Javier Milei e seu partido seguem avançando. A disputa em Buenos Aires será mais um teste importante para o movimento libertário, que tem como meta central conquistar cadeiras legislativas em outubro e consolidar sua governabilidade no país.
Reportagem baseada em dados de veículos como Clarín, resultados eleitorais regionais e análises do site VisãoA.com. Sugestão enviada por leitores como "Milei Turguniev", "Altieres", "O Último Herói da Terra", entre outros.
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