Os Correios enfrentam um colapso financeiro sem precedentes, acumulando um prejuízo de R$ 2,6 bilhões apenas no ano de 2024, o maior registrado entre todas as estatais federais. E, como sempre acontece quando o governo se envolve na gestão de empresas, a conta será paga por todos os brasileiros — inclusive aqueles que acreditaram que a estatal seria "protegida" sob o governo Lula.
Enquanto o cidadão comum sente no bolso o peso dos impostos, os prejuízos são turbinados pela velha prática da politicagem: cargos de diretoria transformados em cabides de emprego, sindicalistas em busca de boquinhas, e decisões de gestão que priorizam interesses ideológicos e eleitorais em detrimento da eficiência empresarial.
Lucro sob Bolsonaro, prejuízo sob Lula
No último ano do governo Bolsonaro, os Correios apresentaram lucro, em parte por conta de uma gestão voltada à preparação da empresa para a privatização. Isso envolveu cortes de cargos políticos e enxugamento da máquina. No entanto, ao assumir o governo, Lula não apenas abandonou qualquer intenção de privatização, como também reocupou cargos antes esvaziados com aliados e apadrinhados políticos. A consequência veio rápida: rombo bilionário.
Há indícios, inclusive, de que parte do prejuízo de 2023 foi maquiado para parecer que já existia em 2022, jogando a bomba no colo do governo anterior e mascarando os danos reais da gestão atual.
Trabalhadores e contribuintes penalizados
O impacto direto recaiu sobre os próprios trabalhadores dos Correios. A empresa anunciou cortes de jornada com redução salarial, suspensão de férias, retorno ao trabalho presencial e um novo programa de demissão voluntária (PDV). Para piorar, os planos de saúde dos funcionários estão sendo descredenciados por falta de pagamento, deixando milhares de trabalhadores desassistidos.
O sindicato, que em sua maioria apoiou a eleição de Lula, agora pede socorro: reivindica a devolução de R$ 3 bilhões ao caixa dos Correios e responsabiliza, entre outros fatores, a chamada "taxa das blusinhas" — um imposto criado pelo governo federal sobre importações de até US$ 50, que afetou diretamente o comércio eletrônico e, por consequência, a demanda pelos serviços dos Correios.
Quem mais perdeu?
Além dos trabalhadores, quem mais sofre é o brasileiro comum, que depende dos Correios para entregas em regiões onde empresas privadas não atuam. O serviço tem apresentado falhas graves: atrasos, sistemas de rastreio fora do ar e ameaças de paralisação por empresas terceirizadas sem pagamento.
Enquanto isso, o governo prioriza outras agendas. Os shows de Caetano Veloso e Gilberto Gil, por exemplo, seguem com verba garantida. Os apadrinhados políticos continuam em seus cargos, blindados dos sacrifícios exigidos aos funcionários de base.
A saída óbvia: privatização
A situação dos Correios evidencia mais uma vez que estatais são, na prática, ferramentas políticas e ideológicas — longe de serem instrumentos eficientes para atender a população. A empresa tem potencial: logística nacional, presença capilar e uma base de trabalhadores comprometidos. Mas esse potencial é desperdiçado quando se coloca interesses políticos acima da competência gerencial.
A privatização, defendida por muitos durante o governo anterior, surge como única solução realista para acabar com o ciclo de prejuízos, aparelhamento e ineficiência. No setor privado, empresas precisam entregar resultados ou fecham as portas. No setor público, elas apenas mudam a narrativa e jogam a conta no colo do contribuinte.
Faz o L, diz ironicamente quem alertou sobre os riscos de manter estatais como ferramentas de governo. Hoje, quem acreditou no discurso "anti-privatização" colhe a realidade: menos salário, menos benefícios, e mais impostos para cobrir rombos que nunca deveriam existir.
Enquanto isso, empresas como Amazon, Mercado Livre e outras avançam com suas próprias soluções logísticas, deixando os Correios cada vez mais irrelevantes — e cada vez mais caros para o povo brasileiro.
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