Coluna de Segunda — “O Segredo do Sucesso de Nicolas Ferreira: Verdade, Timing e Meme”


O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, parece ter "descoberto a roda" ao analisar o sucesso do deputado federal Nicolas Ferreira nas redes sociais. Em sua coluna, Jardim aponta que Nicolas utiliza um padrão de postagem que garante enorme alcance: ele espera o assunto amadurecer na internet antes de postar seu vídeo, aproveitando o momento em que já existe um consenso digital. Foi assim com os vídeos sobre o Pix (330 milhões de visualizações) e o INSS (140 milhões).

Mas será que isso é realmente uma novidade?

Na verdade, o que Jardim descreve é o básico da chamada guerra informacional, um fenômeno bem conhecido entre quem trabalha com redes sociais, comunicação política e estratégia digital. E o ponto crucial não está apenas no “timing”, mas naquilo que sustenta o conteúdo: a verdade, o argumento sólido e a lógica por trás da narrativa.

Enquanto a esquerda — especialmente o governo Lula — tenta entender por que não consegue replicar o sucesso de Nicolas, a resposta pode ser bem simples: não basta aplicar técnicas de viralização se o conteúdo não se sustenta por si mesmo. Tentativas de replicar estratégias sem ter argumentos verdadeiros acabam naufragando. E é isso que tem feito a militância governista quebrar a cara nas redes.

A esquerda brasileira sofre de dois males principais na guerra informacional: primeiro, a fragilidade dos seus argumentos; segundo, a falta de domínio das táticas digitais. Eles têm dificuldade em entender como a lógica das redes sociais funciona — e, mesmo quando tentam imitá-la, erram no conteúdo, no tom ou na forma.

Uma dessas táticas, como apontado por Lauro Jardim (mesmo sem entender muito bem o que viu), é o uso do “efeito fermentação”: deixar o tema amadurecer no inconsciente coletivo das redes para então intervir com um discurso forte e viral. Mas o fator decisivo mesmo é o que os estudiosos chamam de efeito memético — ou seja, a capacidade de uma ideia ou conteúdo ser replicado espontaneamente por outras pessoas.

Esse conceito foi desenvolvido originalmente por Richard Dawkins, no livro O Gene Egoísta, muito antes da internet existir. Um meme é, na definição clássica, uma unidade de informação cultural que se espalha de mente em mente, e a internet potencializou isso exponencialmente.

Nicolas Ferreira não apenas sabe disso — ele domina a dinâmica memética. Seus vídeos contêm argumentos que parecem óbvios para a maioria da população, mas que os comunicadores do governo insistem em desprezar. E mais: ele não perde tempo com defesa. Em guerra de informação, o ataque é o que importa. Responder vídeos, fazer react, tentar “desmentir” algo que viralizou… tudo isso é perda de tempo. Quem viu e comprou a narrativa, já está convencido. Quem não viu, não será convencido com um contraponto morno.

Enquanto isso, parte da esquerda ainda acha que basta colocar robôs para impulsionar hashtags ou pagar influenciadores chapa-branca para “combater fake news”. Mas isso só funciona se houver algo naturalmente replicável por trás. Sem argumento sólido, sem verdade por trás da fala, tudo soa forçado — e morre na praia.

Quer saber como Rússia e outros países exploram isso em larga escala? Criando milhares de narrativas “aleatórias” com robôs para testar o que cola. Aquilo que pega, que cresce organicamente em grupos reais de discussão, é então impulsionado com força por canais estratégicos e influenciadores pagos. Funciona, sim, mas apenas quando há aderência real da narrativa com o público-alvo.

No fim das contas, não há fórmula mágica. Há, sim, a combinação de verdade, timing e potência memética — ingredientes que o governo, até agora, não conseguiu misturar. E que Nicolas Ferreira parece dominar com naturalidade. Não é só uma questão de técnica. É uma questão de respaldo social, argumentação coerente e capacidade de conexão com o povo.

E isso, meus amigos, não se compra. Nem se copia.


Se quiser, posso adaptar essa matéria como um roteiro de vídeo para o canal Visão Libertária. Deseja que eu faça isso?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Colunista e jornal Zero Hora são condenados a pagar R$ 600 mil por reportagem sobre salário de desembargadora — e agora a esquerda grita por liberdade de expressão

Porto Alegre, RS — A Justiça condenou a colunista Rosane de Oliveira e o jornal Zero Hora , do grupo RBS, a pagar uma indenização de R$ 600...