A “tropa de choque” de Lula tenta conter o estrago do vídeo de Nicolas Ferreira – e mostra o desespero de quem não entende mais o jogo

 


Nos últimos dias, assistimos a um fenômeno curioso e revelador: o governo Lula ativou sua “tropa de choque” nas redes sociais para tentar rebater o vídeo viral de Nicolas Ferreira, deputado federal bolsonarista que vem conquistando enorme repercussão online com críticas diretas às medidas impopulares do governo – especialmente entre aposentados e pensionistas.

O vídeo de Nicolas ultrapassou a impressionante marca de 140 milhões de visualizações, uma façanha que nem mesmo veículos tradicionais de mídia conseguem igualar atualmente. Em reação, nomes de peso do PT e da base aliada correram para criar vídeos no mesmo estilo: falas diretas para a câmera, linguagem informal, apelo emocional e até mesmo a estética visual copiada, com fundos coloridos e expressões dramáticas.

Entraram em cena André Janones, Guilherme Boulos, Lindbergh Farias, Tabata Amaral, Paulo Pimenta e até Chico Alencar – este último, com seu estilo ultrapassado, tentando parecer “descolado” diante de uma câmera de celular. O desespero era visível. Um coral de narrativas dissonantes, todas tentando abafar o alcance estrondoso de um único vídeo bem planejado e, mais importante, ancorado na percepção real da população.

A velha lógica da comunicação em choque com a internet

O erro estratégico do governo é profundo e revelador: eles ainda operam na lógica da comunicação centralizada, típica da era da Rede Globo. Acham que quanto mais gente falando uma narrativa, mais ela se impõe. Era assim quando jornais e TVs dominavam o debate público e bastava um editorial bem colocado para formar consenso. Hoje, isso simplesmente não funciona mais.

A internet virou o jogo. A comunicação é horizontal, viral e baseada em autenticidade e conexão direta com o cidadão. Não vence quem fala mais alto, mas quem fala com mais razão – ou, pelo menos, quem transmite uma mensagem que parece fazer mais sentido na experiência cotidiana do povo.

E aí está a maior falha do PT: eles ainda tratam o embate político como se fosse uma batalha de narrativas. Mas com as redes sociais, não basta ter uma versão bem roteirizada dos fatos – é preciso estar ancorado na realidade concreta das pessoas. E o caso do desconto no contracheque de aposentados é um exemplo claro: basta conferir os valores para perceber que a bronca não é com Bolsonaro, mas com as regras criadas no governo Lula.

Progressão aritmética contra progressão geométrica

A estratégia da “tropa de choque” é colocar todo mundo falando ao mesmo tempo, numa tentativa de apagar o incêndio com baldes d’água. Mas não há progressão aritmética capaz de competir com o poder de viralização geométrica de um argumento simples e verdadeiro. O vídeo de Nicolas tocou diretamente na vida de milhões de brasileiros – especialmente idosos, que viram seus benefícios diminuírem na prática.

Enquanto isso, Janones e companhia patinam em justificativas genéricas, discursos empolados e vídeos que, mesmo com todo o apoio partidário e institucional, não conseguem tração. É a derrota do marketing político vazio diante do poder da internet distribuída e orgânica.

Desespero travestido de estratégia

A entrada desajeitada de tantos nomes da base governista mostra um desespero claro: o PT não sabe mais dialogar com o povo sem o filtro da mídia tradicional. Reproduzem fórmulas antigas em um novo mundo em que cada cidadão se tornou um pequeno veículo de mídia – com capacidade de influenciar centenas ou milhares de pessoas ao seu redor.

E nesse mundo, não basta empilhar discursos: é preciso convencer. E, para convencer, o conteúdo precisa ter fundamento, lógica e aderência à realidade vivida.

Conclusão

A tentativa do governo de “responder” ao vídeo de Nicolas Ferreira mostra não apenas a força do deputado mineiro nas redes, mas expõe o atraso mental e estratégico de uma esquerda que ainda acredita em hegemonia narrativa em tempos de descentralização da informação.

O Brasil mudou. As pessoas mudaram. E o jogo da política também. Quem não entender isso vai continuar perdendo para um celular na mão de um jovem deputado com bom timing, boa retórica – e, acima de tudo, um argumento que faz sentido para quem paga a conta no final do mês.

Quer que eu monte uma arte para redes sociais com essa análise?

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