Neste sábado, 18 de maio, o cenário político global é agitado por uma série de eleições regionais e nacionais em diversos países, com destaque para Argentina, Portugal, Polônia e Romênia. Apesar de contextos distintos, esses pleitos trazem disputas que podem redefinir alianças políticas e indicar rumos importantes para os próximos anos. Confira os destaques:
Argentina: Milei x Macri na capital Buenos Aires
A cidade autônoma de Buenos Aires — equivalente a um estado no Brasil — realiza eleições para a legislatura local. Apesar de serem aliados no plano nacional, os partidos de Javier Milei e Mauricio Macri se enfrentam diretamente nesta disputa.
O partido de Milei, "La Libertad Avanza", disputa espaço com o "PRO", de Macri, tradicionalmente dominante na capital. A cabeça da lista do PRO é a deputada Silvia Lospennato, enquanto o primeiro da lista da Liberdade Avança é Manuel Adorni. A disputa não é entre indivíduos, mas entre listas partidárias, e a composição final da legislatura dependerá da proporção de votos recebida por cada uma.
É a primeira vez que Milei testa sua força eleitoral em Buenos Aires após sua vitória nacional — e em um território considerado historicamente hostil ao seu discurso liberal e anticasta. Também entra na disputa o kirchnerismo, com Leandro Santoro encabeçando uma terceira via.
Este pleito serve como um termômetro político para as eleições legislativas nacionais da Argentina marcadas para o final do ano, onde Milei pretende ampliar sua base no Congresso.
Portugal: direita cresce, mas alianças continuam incertas
Portugal também vai às urnas hoje, na terceira eleição em apenas três anos. A instabilidade política e a dificuldade de formar maiorias claras têm marcado o cenário português. A Aliança Democrática (AD), de centro-direita, e o partido Chega, de direita mais radical, disputam protagonismo.
Nas últimas eleições, a AD venceu, mas se recusou a formar aliança com o Chega, o que levou a uma coligação instável com o Partido Socialista (PS), de esquerda, e à queda precoce do governo. A grande dúvida nesta nova eleição é se haverá uma mudança na postura da AD em relação ao Chega, liderado por André Ventura, que vem ganhando cada vez mais espaço.
Sem uma coalizão viável entre as forças de direita, o país corre o risco de repetir o impasse político que já levou a diversas eleições antecipadas.
Polônia: direita dominante com nuances pró-Europa e pró-independência
Na Polônia, as eleições presidenciais ocorrem em um contexto onde praticamente todos os principais partidos são de direita — mas com diferentes graus de alinhamento à União Europeia. O atual presidente, Andrzej Duda, representa uma direita nacionalista e mais independente de Bruxelas. Já o principal concorrente, o prefeito de Varsóvia Rafał Trzaskowski, é ligado ao partido do primeiro-ministro Donald Tusk, de viés mais pró-União Europeia.
Apesar da predominância de políticos pró-Ucrânia, há candidaturas menores com discursos pró-Rússia, embora com pouco apoio nas pesquisas. A Polônia é um dos principais apoiadores da Ucrânia na guerra contra a Rússia, e a eleição poderá influenciar o grau de envolvimento do país no conflito.
Romênia: embate direto entre pró-Rússia e pró-Ucrânia
Na Romênia, a disputa eleitoral ganhou peso geopolítico. O país vive uma polarização entre George Simion, do partido nacionalista e pró-Rússia, e Nicușor Dan, atual prefeito de Bucareste e pró-Ucrânia. Ambos apresentam pautas semelhantes em temas domésticos e são favoráveis à União Europeia, mas suas posições sobre o conflito no leste europeu colocam a eleição sob os olhos atentos do Ocidente e de Moscou.
Pesquisas recentes mostram empate técnico entre os dois, o que torna imprevisível o resultado final. A Romênia, país estratégico na fronteira com a Ucrânia, pode ter seu papel na região alterado conforme o vencedor.
Croácia: eleição regional de menor impacto
Também há eleição regional na Croácia, mas com menor repercussão internacional. A disputa é local e não deve alterar o cenário político nacional ou europeu de maneira significativa.
Um dia decisivo para o equilíbrio de forças no Ocidente
As eleições deste 18 de maio refletem o avanço de forças liberais, conservadoras e nacionalistas em diversos países. Com a crescente fragmentação política e a necessidade de coalizões viáveis, o resultado de hoje poderá indicar tanto mudanças de paradigma quanto a persistência de impasses, especialmente em Portugal e na Argentina.
Ficaremos atentos aos desdobramentos ao longo do dia e traremos atualizações conforme os resultados forem divulgados.
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