Comissão do Senado Aprova Novos Diretores do Banco Central


Brasília (DF)
– A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (10) a indicação de três novos diretores para o Banco Central (BC), cujos nomes serão agora encaminhados para votação no plenário da Casa ainda nesta terça-feira. Se aprovados, os indicados assumem os cargos a partir de 1º de janeiro de 2025.

Os três novos diretores são: Nilton José Schneider, indicado para a Diretoria de Política Monetária, Izabela Moreira Correa, indicada para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, e Gilneu Astolfi Vivan, indicado para a Diretoria de Regulação.

A sabatina dos indicados foi conduzida pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), presidente da CAE, e pelos senadores da comissão. Durante a sabatina, todos se comprometeram com a continuidade do controle da inflação e com a estabilidade da política econômica brasileira.

Nilton José Schneider – Novo Diretor de Política Monetária

A indicação de Nilton José Schneider para a Diretoria de Política Monetária foi aprovada por 22 votos a favor e 5 contra. Schneider ocupará o cargo atualmente ocupado por Gabriel Galípolo, o futuro presidente do Banco Central. Durante sua sabatina, Schneider destacou os desafios enfrentados pela economia global, como a alta inflação e as incertezas nos mercados internacionais, e enfatizou a importância de uma atuação atenta e eficiente do Banco Central para garantir a estabilidade econômica.

Schneider também comentou sobre a possibilidade de intervenção do BC no mercado de câmbio. Embora tenha reconhecido que as reservas internacionais brasileiras representam "a primeira linha de defesa" do país, ele alertou que uma intervenção cambial seria temporária e não teria efeitos duradouros na cotação do dólar. “A intervenção altera temporariamente o preço do câmbio, mas a experiência mostra que ela é apenas efêmera", afirmou Schneider.

Izabela Moreira Correa – Nova Diretora de Relacionamento e Supervisão de Conduta

Izabela Moreira Correa foi aprovada com 24 votos a favor e 3 contra para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta. Ela substituirá a atual diretora Carolina de Assis Barros, cujo mandato se encerra no fim deste ano. Correa, que atualmente ocupa o cargo de secretária de Integridade Pública na Controladoria-Geral da União (CGU), tem uma extensa formação acadêmica, incluindo pós-doutorado na Universidade de Oxford e doutorado em governo pela London School of Economics and Political Science.

A nova diretora tem experiência no Banco Central desde 2006 e foi pesquisadora de pós-doutorado na Escola de Governo da Universidade de Oxford. Formada em administração pública, Correa também tem mestrado em ciência política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de ter sido professora na Fundação João Pinheiro.

Gilneu Astolfi Vivan – Novo Diretor de Regulação

Gilneu Astolfi Vivan, indicado para a Diretoria de Regulação, foi aprovado por 23 votos a favor e 4 contra. Vivan substituirá Otávio Damaso, cujo mandato também se encerra no final de 2024. Servidor de carreira do Banco Central desde 1994, Vivan atualmente chefia o Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor) da instituição. Em sua trajetória, ele também representou o Brasil em importantes fóruns internacionais, como o Grupo Analítico de Vulnerabilidades do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB), ligado ao G20.

Vivan tem ampla experiência no monitoramento do sistema financeiro nacional e tem sido uma figura importante na regulação do mercado financeiro brasileiro, sendo responsável por áreas chave que impactam diretamente a estabilidade do sistema bancário do país.

Cenário Econômico e Perspectivas para o Banco Central

O cenário econômico brasileiro tem se mostrado desafiador, com inflação persistente e o impacto de crises globais, como a desaceleração da economia chinesa e a alta volatilidade nos mercados financeiros internacionais. Com a nomeação desses novos diretores, o Banco Central busca reforçar sua estratégia de estabilidade monetária, buscando equilibrar o controle da inflação e a manutenção de políticas que favoreçam o crescimento econômico.

Schneider, Correa e Vivan são vistos como profissionais com forte experiência no mercado financeiro e na gestão pública, e sua aprovação na Comissão de Assuntos Econômicos reflete a confiança de parte do Senado em sua capacidade de lidar com os desafios econômicos do país. A expectativa é que, com a aprovação dos nomes no plenário do Senado, o Banco Central ganhe um reforço em sua estrutura de direção, garantindo continuidade na gestão de políticas econômicas essenciais para a estabilidade do Brasil.

O Processo de Aprovação e os Desafios Futuros

Agora que os três indicados foram aprovados pela Comissão de Assuntos Econômicos, o passo seguinte é a votação no plenário do Senado, onde, se a aprovação ocorrer, os novos diretores tomarão posse no primeiro dia de 2025. O próximo período será de grandes desafios para o Banco Central, com a necessidade de ajustar suas estratégias diante das incertezas econômicas globais e da evolução da inflação no Brasil.

Com a mudança de diretores, espera-se que o Banco Central continue a focar na transparência, na credibilidade e na atuação técnica para garantir a estabilidade econômica do Brasil, além de um sistema financeiro seguro e confiável para a população. A trajetória desses novos diretores será observada de perto, especialmente em um contexto de juros elevados e expectativas de crescimento mais moderado para o próximo ano.

Conclusão

A aprovação das indicações de Nilton José Schneider, Izabela Moreira Correa e Gilneu Astolfi Vivan pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado é um passo importante para o fortalecimento da gestão do Banco Central no Brasil. Com a expectativa de uma votação favorável no plenário, os novos diretores terão o desafio de atuar de forma assertiva em um cenário de incertezas econômicas, focando na manutenção da estabilidade da moeda e no controle da inflação, fundamentais para o desenvolvimento sustentável do país.

As próximas semanas serão decisivas para o futuro econômico do Brasil, com os novos diretores assumindo funções chave no processo de regulação financeira e na formulação de políticas monetárias essenciais para a recuperação e o crescimento do país.

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